O herdeiro do mar

Autor: Guilherme Santos Silva Nascimento (Curso Técnico em Eletrotécnica Integrado ao Ensino Médio)
Texto inspirado na obra "Percy Jackon e os Olipianos: Heróis do Olimpo", de Rick Riordan

Quando percebi que era tudo um sonho, acordei num salto. Minhas roupas estavam encharcadas de suor e então vi que eu não parava de tremer. Nunca tinha tido um sonho como esse. Quem era aquela pessoa?

Enfim, olá, meu nome é Thadeus Jackson, tenho doze anos. Sofro de TDAH, o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, além de dislexia. Sou filho de Percy Jackson e Annabeth Chase. Isso mesmo, sou filho de duas pessoas que salvaram o mundo, mas só soube disso depois dessa história, mesmo assim divirta-se. 

Lembrei que era o último dia de aula antes das férias e me animei. Desci para tomar café e encontrei meu pai na mesa tentando ler o jornal. 

- Bom dia. Animado com o último dia de aula? 

- Claro, mas me sinto um pouco mal por causa do pesadelo que tive. Sonhei que estava flutuando no meio do nada. Senti meu sangue gelar e o oxigênio ser sugado dos meus pulmões. Então uma figura apareceu. Sua voz ecoou pelo vazio me dando um aviso… Ah não importa, afinal era só um sonho né?

- Sim, era um sonho - Disse com tom de preocupação. 

Minha mãe entrou na sala trazendo o café da manhã e eu podia jurar que meu pai lançou um olhar aterrorizado pra ela. Minha mãe, parecendo entender, disse: 

- Filho, coma rápido ou vai se atrasar. 

- Mãe, tem como você me dar uma carona hoje? 

- Claro, posso te deixar lá no caminho pro trabalho. Saímos em 15 minutos. 

Comi e subi pro meu quarto. Enquanto me arrumava, ouvi meus pais discutindo seriamente lá embaixo sobre algo que parecia caso de vida ou morte. Tentei escutar o que estavam falando, mas só consegui entender três palavras: Meio-sangue? A pessoa do meu pesadelo me chamou desse jeito, mas o que significava? Por que estavam discutindo sobre meu pesadelo? Que perigo era esse? 

Como tudo se relacionava? Tinha tantas dúvidas que senti minha cabeça explodindo. Fiquei pronto e desci. Encontrei minha mãe me esperando na porta da frente, então saímos. Nós morávamos no Upper East Side, em Manhattan, perto do antigo apartamento do meu pai. Entramos no carro e disparamos pela terceira avenida em direção a academia Marye. No caminho, não conseguia parar de pensar no meu sonho e na discussão dos meus pais. O que estava acontecendo? Quanto mais pensava no sonho, mas acreditava que era real, mas não podia ser, não tinha somo. 

A medida que meus pensamentos ferviam, fomos nos aproximando da Marye, até que minha mãe me puxou para fora dos meus pensamentos: 

- Tenha um bom dia na escola Thadeus. Até mais tarde. 

- Até - falei desanimado. 

Entrei na escola e imediatamente avistei Helena, minha melhor amiga. Ela era baixa, mas com longos cabelos loiros e com várias sardas pelo rosto. Me aproximei: 

- Bom dia - falei. 

- Ah, bom dia Thadeus, você me assustou. Que cara é essa? Não conseguiu dormir? 

- Vamos, a aula já vai começar. 

Chegamos na classe e nos sentamos. Vi uma menina nova no final da sala. Ela era morena com cabelos escuros encaracolados, e quando notou que eu a fitava, deu um sorriso. Devo ter feito cara de idiota, porque Helena riu: 

- Não se empolgue muito - falou rindo - Ela é boa demais para você. 

- Não tem graça. 

- Tem sim. Ela deve estar visitando a escola. 

Naquele momento o Sr. Thomas, nosso professor de inglês, entrou na sala: 

- Bom dia Turma! Temos uma visitante hoje. Por favor, se apresente. 

- Oi gente - falou animada - Meu nome é Kelli, acabo de voltar de uma longa viagem e quero me matricular aqui ano que vem. Espero que sejamos amigos. 

Depois do sinal tocar, fui para próxima aula. Enquanto ia para sala, fui parado por Kelli: 

- Oi, quer dar uma volta? - perguntou. 

- Agora? Mas eu tenho aula. 

- Uma aula a menos não vai fazer diferença, não é?

- Bom argumento. Vamos lá. 

Sei que não deveria ter aceitado, mas o perfume dela era tão intoxicante que atrapalhava meus pensamentos. Ela cheirava a cavalos recém lavados. Sei que é um cheiro estranho., mas são meus animais preferidos, então me deem um desconto tá? Ela me levou até o vestiário, entramos e ficamos totalmente a sós. Devia ter desconfiado de que algo errado estava acontecendo já que o vestiário ficava trancado o tempo todo e que ela trancou a porta depois de entrarmos, mas o perfume dela embaralhava meus sentidos, como se eu estivesse em transe. 

- Você disse ter voltado de uma longa viagem, mas de onde? - indaguei. 

- Pergunte aos seus pais, já que eles me mandaram para lá. 

- Como assim? Você conhece meus pais? 

- Claro. Os famosos Percy Jackson e Annabeth Chase, dois dos semideuses mais poderosos que já existiram. Aqueles que, simplesmente, me enviaram para o Tártaro! 

- Semideuses? Tártaro? Tá falando daqueles mitos gregos? 

- Mitos? Você não sabe? Quer dizer que vou te matar, mas você não sabe mem o motivo? - perguntou rindo - Acho que enrolei demais. Vamos acabar logo com isso. 

Naquele momento ela começou a mudar de forma, seus dentes cresceram em presas e seus cabelos se tornaram chamas. Uma de suas pernas se tornou um membro de burro e a outra se transformou em bronze, mais ainda com formato humano. Meu coração acelerou, tentei correr, mas não me mexia, como se o transe tivesse virado uma paralisia total. Ela se aproximou e pude sentir sua sede de sangue. Como não podia fugir tentei ganhar tempo: 

- O que você é? Algum tipo de vampiro híbrido? 

- Claro que não! Sou uma empousa, uma serva de Hécate. Fui criada a partir da magia negra. Todas essas lendas de vampiros foram inspiradas em nós. 

Naquele momento escutei alguém gritando meu nome. Reconheci a voz do meu pai, então respondi o mais alto que pude: 

- Pai! Estou aqui, socorro! - Gritei com toda minha força. 

- Seu pai não pode lhe ajudar agora heroizinho. Ninguém pode. 

Ela avançou contra mim. Tentei me mover, mas continuava paralisado. Suas presas penetraram no meu pescoço e começaram a sugar meu sangue. Me senti fraco. Então ouvi algo arrombando a porta, Kelli se soltou do meu pescoço com o susto, pude ver meu pai e muita água inundando o vestiário. Água? Mas quando fui banhado por ela, me senti revigorado, então decidi que tinha enlouquecido de vez. Kelli atacou meu pai, e essa foi a hora que meu cérebro entrou em colapso. Porém ele tirou algo do bolso, era uma caneta? Ele a apertou e me senti deslumbrado, quando vi se transformar em uma grande espada reluzente. Ele avançou contra ela, desviou do seu ataque e a golpeou, uma estocada certeira, mas que foi desviada por suas garras. Ela atacou novamente, mas ele bloqueou seu ataque com a lâmina e a acertou na cabeça com o cabo da espada. Ela se afastou cambaleando, encarou meu pai, depois se virou para mim e pude sentir a raiva em seus olhos. 

- Você foi salvo desta vez, herdeiro do mar, mas isso é só o começo, meus mestres querem você morto! E quanto a você Percy Jackson, ainda terei minha vingança!

Então ela, simplesmente, se esvaiu em chamas. Me virei pro meu pai: 

- Acho que me deve uma explicação. 

- Você conhece a mitologia grega, não é? 

- Claro, você vivia contando essas histórias para mim. 

- Bom, acontece que essas histórias são reais. A mitologia se tornou realidade por causa da fé que os gregos tinham nela. E os Deuses Olimpianos, como Zeus e Poseidon, estão vivos até hoje, já que a cultura grega está impregnada na sociedade atual. Com o tempo, o Monte Olimpo, assim como todos os lugares importantes para a fé grega, se transformaram para os Estados Unidos, já que essa é a nova potência mundial. Eu e sua mãe somos semideuses, filhos da união de Deuses com ´mortais. Sou filho de Poseidon e sua mãe é filha de Athena. Sei que é difícil de acreditar, mas é a verdade. Vamos, te conto mais no caminho. 

Nunca tinha visto meu pai com tanta seriedade e esse foi o único motivo de eu ter acreditado nele. Isso e toda a loucura que acabou de acontecer. Estávamos saindo do vestiário, quando de repente cai no chão. Notei que não tinha como eu ainda estar consciente depois de ter perdido tanto sangue, então percebi que era a água que estava me dando forças, mas quando perdi o contato com ela, essa força se esvaiu: 

- A água nunca tinha me dado essa energia - afirmei, ainda tentando assimilar tudo. 

- Você é meu filho, portanto é herdeiro de todas as habilidades que tenho por ser filho de Poseidon. Ela nunca tinha te dado força, porque você nunca precisou do poder dela. Mas hoje, pela primeira vez, você correu perigo, então ela te ajudou. 

- Como você sabia o que estava acontecendo? 

- Helena me ligou falando que você tinha sumido, então fiquei preocupado, principalmente por causa do seu pesadelo. O que aquela pessoa te disse afinal? 

Fiquei receoso por contar, mas no fim cedi:

- Ela disse: 

Prepare-se meio-sangue, a guerra se aproxima. Os criadores se voltaram contra aqueles que são vítimas. O tártaro, a noite e os caos enfurecidos, com os olimpianos desvanecidos. A destruição do mundo dependerá, se você for ou não digno de o salvar. 

- Isso é uma profecia! Não faço ideia de como ela foi recitada em seus sonhos, mas acredito que esses criadores citados nela, sejam os mestre de que Kelli falou. 

- Mas quem são esses tais criadores? 

- Tenho uma ideia, mas não posso afirmar com certeza. Independente disso temos que obter mais informações para saber exatamente o que está acontecendo, e então nos prepararmos. E sei o lugar perfeito pra isso, vamos, vou te apresentar o acampamento meio-sangue.

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