O livro "assim"

Autora Amábile Maderi Merlo (Curso Técnico em Eletrotécnica Integrado ao Ensino Médio)Revisão textual:
Rivana Zache Bylaardt (Professora de Língua Portuguesa, de Literaturas de Língua Portuguesa e de Língua Espanhola)


Tinha 10 anos. Era sexta-feira e minha mãe iria para a  capital, Vitória, na manhã seguinte. Ela passaria no Shopping, depois de um Congresso. Seria a minha chance. Dessa forma, colocando o dedo indicador e o polegar a uma distância de cerca de 8 cm, exclamei: “Mãe, quero um livro assim!”. Ela, surpresa, me perguntou qual o nome, quantas páginas ou o tema do tal livro. Eu ratifiquei: “Quero um livro grande”.

Não me importava se ele teria 300, 400 ou 600 páginas. Se ele trataria sobre aventura, romance ou terror. Se seria uma distopia ou baseado em fatos. A capa. A cor. Nada me importava, mas eu queria me aventurar nas páginas de novos mundos, daqueles que minha professora de português tanto falava. Aqueles que a menina no ônibus estava lendo, enquanto eu só lia gibis e histórias curtas de no máximo 10 páginas. Essas histórias começaram a não suprir minhas necessidades. Eu precisava conhecer mais.

Então minha mãe foi para Vitória. Tadinha. Perdida em uma livraria, com uma missão: encontrar um livro “assim” e trazer para sua filha. Quando chegou em casa, eu estava entusiasmada e curiosa. Lá estava ele: “A Pirâmide Vermelha”, de Rick Riordan.

Nem sabia da temática e agradeci demais. Amei. Já estava apaixonada. Primeira coisa que olhei: tinha 445 páginas, era um livro “assim”, do jeito que eu queria. Tinha um cheiro viciante. Mal sabia eu, que não gostava da disciplina de história, que me depararia com um mundo magnífico da mitologia egípcia e chegaria a pedir um dicionário de hieróglifos, os quais decoraria vários símbolos e os estudaria durante horas.

No ano seguinte, li 20 livros.

Aquele seria o primeiro dos mais de 100 livros da minha estante. Me tornei uma devoradora de livros. Obrigada, Mãe!

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