Será esse o fundamento do estudo?

Autor: Wilton dos Santos Rocha (Curso Técnico em Mecânica Integrado ao Ensino Médio)
Orientação e revisão textual: Adriana Pin (Professora de Língua Portuguesa e Literaturas em Língua Portuguesa).


Acordo cedo, mais um dia para ir ao Ifes. Trabalhos, deveres, provas. Semana puxada, cansaço batendo e afinal de semana chegando. Saindo de casa, mochila de lado. Preguiça? Sim, bastante! Bocejos, piscares de olhos quase se fechando. Pronto para subir a ladeira de pedra, fruto do trabalho escravo que aqui viveu. Vejo, sentado na rua, um homem. Olhando para ele, vi que era o mesmo homem que ali ficava todos os dias. Era um mendigo!

Pessoas passavam na rua, olhares de desprezo se voltavam para ele. Ajuda? Nenhuma sequer! Todos, por curiosidade, olhavam, mas sempre seguiam reto. Passei o dia com aquela imagem na cabeça e chegando à escola, me veio à mente uma intrigante dúvida: “Será que é para isso que estudamos? Para não sermos jogados em uma calçada de rua e desprezados pela sociedade? Será que é esse o motivo de pessoas deixarem ser dominadas pela exaustão da rotina diária e os poucos e classificados jovens Titãs irem ao Ifes duas ou até mesmo três vezes ao dia?”.

Em um país de poucas oportunidades, em que professores pouco valorizados pelo governo ensinam ciências, português e a vida, onde as pessoas nem sempre conseguem atingir os objetivos, o que fazer? Luta e lutar, pois aqueles que lutam sem ter medo de arriscar, um dia vencem. A aula acabou e voltei para casa, sem a resposta que na escola buscava. Quem sabe o tempo possa me responder daqui a mais umas décadas de vida.

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