Querida Giselda Laporta Nicolelis, como está?

Autor: Nélber Piol de Andrade  (Curso Técnico em Eletrotécnica Integrado ao Ensino Médio)
Texto inspirado na obra "Não se esqueçam da rosa", Giselda Laporta Nicolelis, participante do Concurso Literário 2022 do Ifes Campus São Mateus.

Querida Giselda Laporta Nicolelis, como está? 

Como vai a criação de novos livros? Quero saber como está indo com isso, mas venho aqui para pedir a sua opinião do seu livro Não se Esqueçam da Rosa. Por mais que eu não goste muito de ler, gostei do seu livro, do assunto que ele aborda e como ele se desenvolveu. Ele tem uma escrita simples, não é difícil entender o que é retratado, o que me agradou bastante. Vou ser sincero, para ler este livro fui forçado por conta de trabalhos na escola que foram sobre ele, mas ainda fico intrigado, aquele realmente foi o fim de Hanako? Ela realmente morreu por conta da doença? Se sim, foi doloroso para ela? Sei que ter osteopatia não deve ser fácil, principalmente por ser uma doença degenerativa que atinge os ossos.

Me lembro de ler o livro e quando terminei, fiquei pensando… E pensando… Como o pai de Hanako, Akio, estava lidando com a situação? O que fez ela nascer com a osteopatia foi ele, por causa da bomba de Hiroshima (claro que não foi de forma intencional), mas, fico pensando, ele se culpa por conta disso? Ele sente alguma culpa por conta disso? Pensar que ele fez a filha sofrer por estar no lugar errado e na hora errada… E, vendo dessa forma, talvez fique fácil pensar: e se ele não estivesse lá? Mas como impedir? Ter uma mãe em desespero com um filho pequeno fugindo da destruição da cidade, foram tempos terríveis para eles.

Mas, agora, penso também na mãe, carinhosa e gentil, perdendo sua filha mais velha. Não deve ser fácil perder um filho, eu mesmo já vi essa cena, ver uma mãe chorar por um filho não é bom, são lágrimas de preocupação, são "lágrimas de mãe”, sem explicação e compreensão. Apenas uma mãe que se preocupa com seus filhos sabe o real significado dessas lágrimas.

Uma rosa a desabrochar, esta frase soa lindo, mas quando a rosa murcha não significa que perdeu a sua essência e sua beleza. Ela queria ser escritora quando crescer? Acho fofo, uma vez que se esconder em um cantinho da casa para ler livros e viajar nessas histórias deve ser uma sensação ótima. Com doze anos já ia para a biblioteca ficar lendo e lendo; a bibliotecária nunca verá uma menina que lê tanto quanto ela, mas, só de pensar que não deveria mais ter livros dentro da biblioteca para ela ler, fico até rindo.

A cena final, considero como a mais importante para o livro, não apenas por ser o fim, mas por demonstrar com êxito o carinho que o pai sente pela filha, ele não demonstra tristeza, por mais que eu saiba que ele estava triste naquele momento. Akio era um médico muito famoso, mas também um pai muito bondoso e, mesmo com a filha em seus braços sofrendo por uma doença, ele ficava tranquilo. Essa cena mostra o tamanho da força dele e o cuidado que tem com a sua pequena rosa, bela e passageira, mas quem a conheceu descobriu a beleza,a leveza e o tempo desta flor.

Mas agora quero saber: e as irmãs? No livro não há muita coisa sobre elas, queria saber como elas são e agem, queria conhecê-las melhor, talvez se você criasse novos livros contando a história em outras perspectivas, como a das irmãs e a da mãe. Imagino as irmãs sentindo ciúmes por conta do pai dar mais atenção para Hanako, mas ele tem seus motivos. Seja culpa ou apenas medo de perdê-la, ainda há um sentimento de preocupação, mas eu sei que quem leu sabe, Nunca se Esqueça da Rosa. 

Espero que não a tenha ofendido em nenhum momento e ficaria realmente feliz em ler outras interpretações do livro feitas na ideia de outros personagens. Mas espero que você receba essa mensagem com todo o carinho que eu usei para escrever. 

Em agradecimento pelo maravilhoso livro, 

Nélber Piol de Andrade.

São Mateus, 24 de outubro de 2022.

Comentários

Postagens mais visitadas